sábado, 7 de agosto de 2010

Velhice, palavra quase proibida; terceira idade, expressão quase hegemônica

                                                                                           ¹Anna Maria da Rocha Jatobá Palácios




                              
O texto observa o fenômeno da mudança discursiva empregada para uma pessoa velha, a terminologia vocabular difundida  no universo discursivo da publicidade cosmeotológica.
Emerge uma conotação diferente para um idoso, Palacios¹ enfatiza que  palavra velhice nos remete a algo sombrio, decrepto e estático e a nomenclatura terceira idade nos traz a idéia de uma fase de vida posterior a primeira e segunda idade como um período onde o sujeito está maduro e que com cuidados preventivos  vive-se de forma mais ativa possível.
A compreensão discursiva deste fenômeno ancora-se em mudanças demográficas ocorridas no mundo, nos últimos cinquenta anos, atualmente no Brasil, cujo o crescimento populacional cai e a população tende a ficar estável. A generalização do declínio da fecundadidade e o avanço dos métodos contraceptivos, conjugados com as transformações sociais, levam-nos a crer na continuidade deste pocesso pelos próximos anos,então houve uma modificação na estrutura etária da população: menos jovens e mais velhos.
O estímulo do consumo,  tendo olho nas aposentadorias abre um leque de opções para o auto desenvolvimento deste público que pasa ter influência cultural e política na sociedade contemporânea.
Atualmente a palavra terceira idade,  foi convencionada socialmente como termo politicamente correto.  Acompanha  a idéia de ação , movimento e beleza que  o público desta faixa etária passou a ter para o mercado ávido por consumidores.




¹PALÁCIOS, Anna Maria da Rocha Jatobá .Velhice, palavara quase proibida;Terceira Idade, expressão quase hegemônica . In : COUTO, Edvaldo Souza Couto & GOELLNER,Silvana Vilodre .(orgs) Corpos Mutantes : Ensaios sobre novas (d) eficiências corporais -2. Ed. - Porto Alegre: Editora  da UFRGS,2009.


Percursos do corpo na cultura contemporânea

                                                                                                                                Malu Fontes




Ao abordar Os percursos do corpo na cultura contemporânea Fontes¹ apresenta e analisa as características de um padrão físico-corporal contemporâneo e evidenciado a todo instante nos meios midiáticos. Uma ditadura estética da beleza; corpos magros,  altos,  definidos,cabelos claros etc... Vivemos mediante um apelo hipinotizante  de ser belo a todo custo tendo como alvo preferencial as mulheres, sobretudo jovens e urbanas preferencialmente.
A autora nomeia este corpo ideal veiculado e presente na cultura de massa como "canônico". E quando este
desintegra-se da considerada normalidade seja por uma doença, mutilação etc... Socialmente torna-se dissonante do canônico. O corpo dissonante é exemplificado como aquele deficiente diferente do que é considerado normal; a dissonância é comumente transformada em mal estar porque causa estranhamento nas pessoas e pela ótica das pessoas com deficiência os artfícios tecnológicos cada vez mais sofisticados e eficientes ajudam na construção ou reconstrução de um corpo mais próximo do canônico. Camuflar uma parte  perdida do corpo seja com próteses e outros recursos o torna mais aceito e desejável socialmente.



¹Artigo contido no livro Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d) eficiências corporais / organizado por Edvaldo souza Couto e silvana Vilodre Goellner-2.ed.- Porto Alegre:Editora da UFRGS,2009.

Corpo, fragmento e ligações:A micro história de alguns órgãos e de certas promessas

                                                                          Ieda Tucherman




Ao discutir corpo, fragmentos e ligações Tucherman¹ analisa a aceleração tecnológica em campos científicos mais recentes e tão diversos como a robótica, a biônica, a nanoteclogia, a biologia molecular,a genômica, a inteligência artificial,a bioengenharia e todo conjunto emergente das tecnologias computacionais e pelas biotecnologias.Colocações instigantes a respeito no que concerne as possibilidades tecnológicas no corpo.
Cada vez mais a tecnologia investe no biológico e a biologia invade o mundo das máquinas.Segundo a autora está ficando mais difícil separar a fronteira do vivo e não vivo. Através do experimento várias pesquisas científicas decifram o corpo na sua composição do micro ao macro e com isto criam possibilidades jamais pensadas: fertilizações, transplantes,implantes, clonagens , a recém utilização das células tronco etc...
É anunciada uma revolução e uma provável criação de um mercado humano com peças para serem fabricadas e comercializadas para quem pode pagar, suprindo a deficiência deste corpo.
Estamos vivenciando um momento cujo aquela ficção científica anunciada nos filmes está cada vez mais real, onde o homem discute esta simbiose entre o corpo e a tecnologia.O natural e o artificial. Quem nós somos? Onde começa o humano e termina a máquina ou vice-versa.


¹ Artigo contido no livro Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d) eficiências corporais / organizado por Edvaldo Souza couto e Silvana Vilodre Goellner-2.ed.-Porto Alegre: Editora da UFRGS,2009.

Uma estética para corpos mutantes

                                                                                                                Edvaldo Souza Couto




Em uma estética para corpos mutantes¹Couto nos traz a idéia de mutabilidade progressiva, o corpo como parte integrante dos processos de mudanças que as novas tecnologias promovem na sociedade e nos sujeitos.
Cuidados cada vez mais preventivos, nos leva a um  prolongamento da vida e da juventude.
O autor nos proporciona analogias entre tecnologia, vida, saúde e estética. Para a sociedade contemporânea o elixir da juventude eterna foi depositada nas novas tecnologias.
O corpo como estandarte do capitalismo, quem pode pagar remodelá-o sempre que desejar. O traço, a forma e estrutura dele fica da maneira que deseje para gerar felicidade. o autor enfoca questão sabiamente quando diz que não é a mudança apenas do padrão corporal, mas se colocar em contínuo movimento.
Assim como enjoamos da decoração de uma sala , e compro móveis novos, a transformação estética é uma necessidade do homem contemporâneo.

¹ Artigo contido no livro Corpos mutantes:ensaios sobre novas (d) eficiências corporais / organizado por Edvaldo souza Couto e Silvana Vilodre Goellner-2ª ed.-Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

Corpos mutantes

O livro corpos mutantes nos remete a uma reflexão sobre o corpo não apenas como elemeto orgânico, mas também como objeto cultural.
As relações que o acercam no século XXI pela ótica de autores atuantes em  vários campos da ciência, analisando como as diversas tecnologias contemporâneas potencializam este corpo como uma máquina performática e mutante.Assim como um aparelho tecnológico novo que surge e aquele antigo torna-se obsoleto, o corpo nas sociedades contemporâneas ocidentais vive num processo simbiótico com as novas tecnologias, sempre disposto a atualizações e aperfeiçoamentos, padronizando o patrimônio corpóreo para que ele seja incluído e aceito socialmente. 
A busca pela estética corpórea mais próxima da perfeição, juventude, saúde e boa forma nos acopla cada vez mais as tecnologias; não medimos esforços para metamorfeseá-lo: próteses de silicone,  lentes de contato, cápsulas de vitaminas, tatuagens, exercícios físicos etc. Somos ciborgues ambulantes vivendo um prelúdio das possibilidades que  o avanço tecnológico nos proporcionará.